quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A saudade é uma navalha que corta fundo!!

Quem me conhece de perto sabe o quanto sou apaixonado por meus filhos. Lucas e Lívia do primeiro casamento e Maria Eduarda do segundo.
Quando adoeci e fui ao hospital, Maria Eduarda ficou na expectativa de que eu voltasse logo, o que evidentemente não aconteceu. Nos 13 dias em que fiquei internado minha cabeça quase pira ao imaginar o que se passava em sua cabecinha acostumada a estar comigo todos os dias.
Ela perguntava por mim a avó e a mãe e todas as vezes que eu sabia disso chorava por dentro um rio de lágrimas.
Um dia , resolvi falar com o Dr. Enilson, médico responsável por mim no Hospital Primavera. Fui enfático com ele e disse que já não aguentava mais de saudade de minha Duda. Perguntei se ele tinha filhos e apelei de verdade para que me deixasse ver minha Duda.
Ele permitiu que eu descesse e encontrasse com Dudinha na recepção. Vê-la ali tão magrinha, cheia de interrogações no rostinho lindo, envergonhada exigiu de mim um esforço sobre-humano para não chorar em sua frente e deixá-la preocupada.
A alegria em vê-la não foi maior que a tristeza em perceber o sofrimento em seu rosto. Meses depois, Dudinha me diz que uma coleguinha do Hotelzinho disse para ela que eu tinha morrido. Fiquei pensando o que motiva uma criança a ser tão cruel com outra tão frágil e sensível como Duda.
Nunca dei um abraço tão cheio de significado como dei em Duda. Fiquei alguns minutos segurando o choro no meu peito e a cobri de beijos.
Puxa! Como foi difícil voltar no tempo e escrever essa página! Não sou tão forte como um dia imaginei!!

2 comentários:

  1. Eu imagino o que você sentiu. Chorei só em lê suas palavras, também não imagino o que motiva uma criança a ser tão má a ponto de dar uma noticia maldosa nefasta e caluniosa como esta a uma outra criança, penso que a maldade vem dos pais desta criança, eu protegi a minha filha Joana de receber uma noticia assim de qualquer pessoa que não fosse eu, e consegui, ela só ficou sabendo da morte da irmã por mim, e só depois que tudo aconteceu, ela não participou do funeral, tinha apenas 9 anos e mesmo assim eu a protegi, ela ficou na casa da madrinha dela enquanto eu enfrentava esta turbulência por nós duas. Meu amigo Lúcio, você vai viver muito ainda, e vai preparar a Duda e seus outros dois filhos para aprender viver com sua ausência, quando esta realmente for necessária, e eles irão ter muito o que contar e se orgulhar do pai maravilhoso que você é, gostaria de ter tido um pai assim igual você, um grande abraço.

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    1. Olá Cleide! Sei de sua dor e não sei se conseguiria suportar o que você vem suportando com dignidade. Peço a Deus por você e te desejo toda a saúde do mundo. Grande abraço!

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